Dia dos Pais: história de sucesso do Veran Supermercados ultrapassa gerações

Antônio Cury, fundador e pai da família Veran, protagonista de uma história exemplar para muitos empresários, que lutam pelo sonho de manter a empresa erguida e saudável e que não se perca durante as gerações; é um exemplo de superação.

Aos 84 anos de idade, sua história no comércio deu início ao perceber que precisava ganhar um dinheiro para poder fazer as suas coisas de garoto, ir ao cinema ou uma matinê.

O primeiro emprego

Aos 14 anos de idade, o seu pai o direcionou para o primeiro emprego; em suas mãos entregou as ferramentas para engraxar sapatos, mas precisava trabalhar para pagar os primeiros instrumentos.

“Ele me deu a latinha com graxa e escova e me disse: o dinheiro que você ganhar não irei mexer, só irei te controlar e a lata de graxa e a escova, isso sim, você está me devendo, então tem que me pagar primeiro para depois ter o que tirar. Me ensinou direitinho como faz o comércio”, lembra Cury.

Aos 17 anos, o pai o convidou a cuidar da carvoaria da família, porque o irmão mais velho ia se casar. Cury tinha mais cinco irmãos.

“Nesta época já comecei a comercializar, o meu pai, mesmo semianalfabeto, colocava na minha cabeça comprar e vender por tanto, mostrava quais as despesas e o lucro, porque se gasta isso com cavalo, carroça e entre outros gastos”, conta o empresário.

Com um problema de saúde da mãe, o pai precisou gastar muito dinheiro para o tratamento, as dívidas foram aumentando, fez com que o pai tomasse mais uma atitude que mudaria a vida de Cury: passou o armazém para que ele aos 18 anos de idade cuidasse, e foi trabalhar como motorista de praça.

“Quando me dei [conta] de que tinha que cuidar mesmo do armazém, não imaginava que ele devia tanto, quando comecei, chegava de 10 a 15 cobradores e não tinha mercadoria, porque estava acabando e para eu comprar, tinha que pagar primeiro. Quase me perdi, mas a minha mãe, mesmo em casa, me ajudava com alguns direcionamentos”, desabafa Cury.

O inicio como empresário

Com empréstimo solicitado pela mãe ao tio de Cury, no valor aproximado de Cr$ 14 mil, hoje correspondentes ao valor de R$ 5 mil (cinco mil reais), as coisas começaram a dar visibilidade para o desenvolvimento do Armazém.

Com o dinheiro do empréstimo, Cury deu um passo empreendedor e ousado.

Usou de sua inteligência para resolver os problemas do estabelecimento; ao invés de quitar as dívidas, foi a São Paulo comprar mercadorias para reabastecimento do Armazém.

“Falei para a minha mãe: não vou quitar as dívidas com esse dinheiro, e ela me perguntou: O que você vai fazer? Vou a São Paulo comprar mercadorias; Comprei cinco sacos de 60 quilos de arroz e três de feijão. E para trazer a mercadoria? Eu não tinha carro, fui ao mercadão e conversei com um caminhoneiro e ele me disse: É só para levar? Respondi: É, e ele disse que não podia entrar em Poá, porque a distância é de quase 1,5 KM da via dele. Mesmo assim, peguei carona, deixei as coisas no meu tio, que tinha emprestado o dinheiro, e depois fui para casa e peguei a carroça para trazer o feijão e o arroz”, narra Cury.

Com tamanha ousadia, Cury acerta na decisão e em menos de uma semana já tinha vendido os produtos e lucrado aproximadamente R$ 7mil.

Com o resultado, volta para São Paulo e compra mais mercadorias e assim manteve a rotina, esta que fazia de trem até o ponto de ampliar o mix de produtos.

Um primo deu um pouco mais de dinheiro, dando a oportunidade de ter uma barraca na feira livre próxima ao Armazém, em Poá.

A mudança

O salto na vida de Cury ocorreu num percurso curto, em apenas seis meses.

“Morava em uma esquina e do outro lado era a feira, então foi acontecendo e fluindo, fiz um dinheiro, melhorei o armazém e a barraca na feira. Na feira eu vendia tudo, neste momento, comecei a evoluir e a gostar da coisa. Quando montei a barraca começou a melhorar, pois vendia muito, dando oportunidade para melhorias”, revela o empresário.

Com as melhorias do Armazém e a barraca na Feira Livre, o pai passou a ajudá-lo, os dois faziam de tudo, porque ainda não tinham condições de manter um profissional.

Vera Cury

Em 1958, o empresário passa por mais um momento especial em sua vida, ano em que se casou com a Vera Cury.

Companheira e principal responsável pelo crescimento da família Veran, com o seu apoio, dedicação e paciência colaborou para o desenvolvimento dos sonhos de Cury.

Casados por dois anos, Cury e Vera resolvem vender o primeiro Armazém para ir a Ferraz de Vasconcelos, abrir um supermercado com o cunhado.

Após dois anos instalados no novo endereço, devido a alguns problemas administrativos, Cury negocia com o sócio/cunhado, deixando o mercado em Ferraz e monta outro em Guaianazes.

Com o funcionamento da nova loja conseguiu manter os preços diferenciados devido à rotina das compras em São Paulo, passou a colher resultados positivos que não imaginava.

A cidade que era “carente” deu forças para que Cury identificasse ainda mais a paixão pelo comércio, decidiu que o supermercado era seu destino.

Porém, após dez anos, já conquistado a clientela da região por possuir preços diferenciados e que atendia a renda das famílias, recebeu uma notificação da prefeitura, informando que precisava fechar o estabelecimento, com pedido de desapropriação do terreno que seria usado para construção de um viaduto.

“Há coisas que acontecem na vida da gente que precisamos analisar direitinho o porquê; em nossa vida nada acontece por acaso, por coincidência, neste período, o meu cunhado estava quase quebrando e me ofereceu o supermercado de volta: uma parte do prédio já era meu, aí voltei para o primeiro supermercado que abrimos em Ferraz de Vasconcelos”, conta Cury.

Com a desapropriação do terreno e a experiência adquirida em Guaianases começou a reerguer o supermercado que já tinha sido dele.

Supermercado Veran: a loja um

“Foi o maior passo que dei em minha vida, a primeira loja que até hoje é a loja um, ela sempre será a nossa primeira loja”, lembra o empresário.

Em 1982, como os filhos ainda não participavam dos negócios, um amigo que jogava futebol entra para a sociedade, onde já tinha uma estrutura melhor para pensar em progredir.

Com as possibilidades de investimento, abriram mais um supermercado em Suzano e compraram alguns terrenos.

Como na primeira sociedade, com o amigo também não deu certo. Desfez e separou os bens, ficando com um supermercado e o amigo com o outro.

O que resolveu dar continuidade ao desenvolvimento do seu sonho sem sócio, apenas a esposa que era professora e se desdobrava para ajudá-lo e cuidar dos filhos.

“Foi a melhor esposa que você possa imaginar. Ela me segurava de um lado e eu a segurava do outro, com o salário da escola, como professora, na época me ajudou muito. Graças a Deus sempre nos demos bem.. A gente se uniu; vieram os meus filhos que me deram muita alegria, cada um com o seu dom e dons diferentes”, desabafa o empresário.

Os filhos, os Genros e a Nora

Em 1984, o genro  Eduardo Luz, formado em engenharia, e o filho Marco Cury, passa a ajudá-lo no supermercado. Aos poucos, as duas filhas, o genro e a nora foram trabalhar com Cury, cada um com o seu talento e responsabilidade.

“Aos poucos eles começaram a vir e aos poucos formamos uma diretoria, dentro de um padrão que hoje paro para pensar ‘como montamos tudo isso?’ No início da sociedade era feita uma reunião semanal para direcionamento da operação das atividades”, revela o empresário.

Em 1986 inauguraram uma loja em Suzano, hoje central do Veran, localizado na Rua Benjamin Constant.

Após a migração dos filhos, filhas, genros e nora na administração da rede da família, os negócios começaram a deslanchar, em 1990 a expansão acelera quando inauguram mais três lojas.

Em 2000 com a ousadia dos diretores, mais três lojas foram inseridas na relação de estabelecimentos.

Entre arrendamentos e inauguração em seguida abrem mais quatro lojas.

Neste período, a Rede de Supermercado já possuía o VeranCard, nove lojas e novos serviços inseridos: Auto Posto e FarmaVeran. Em 2013 inauguraram a mais nova loja, localizada em Itaquaquecetuba; esta que possui o maior número de check-outs da rede.

Em 2018 mais duas lojas inauguradas em Mogi das Cruzes e uma em Poá.

Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, São Paulo e Itaquaquecetuba a rede Veran está espalhada com as suas quatorze  lojas, o Veran Delivery, Franquia do Bobs e um restaurante e conta com o apoio de 2.000 colaboradores, 242 check-outs espalhados pela seis cidades, tudo sob o comando de  quatro diretores, um presidente não familiar que arriscam diariamente em busca de melhorias e oportunidades para os negócios da família.

Para eles, o crescimento é um conjunto de ações que representa resultado.

“Não diria um diferencial, mas um conjunto. Nossa identidade inclui preço, qualidade, atendimento humanizado e estrutura. É isso que nossos clientes encontram aqui, o que, em teoria, não é diferente do que alguns concorrentes oferecem, portanto é forma como trabalhamos cada um desses quatro pontos que nos diferencia”, diz Marco Cury, um dos Conselheiros de administração da Rede.

O incêndio na loja de Poá

Diante de um crescimento acelerado, houve obstáculos que foram superados pela família; em 2010, o maior deles, um incêndio na loja de Poá, destruindo toda estrutura.

Segundo os diretores foi o maior baque que sofreram, mesmo assim, com a união no comando, a reconstrução foi rápida e bem-sucedida, porém, um episódio de grande dificuldade.

Para Cury, hoje a diretoria está bem direcionada, apenas acompanha e os filhos tocam. “A minha responsabilidade diminuiu e a deles aumentou”, comenta.

“Espero que eles cresçam e que a empresa seja sadia e que cumpra os compromissos para que possa manter o nome Veran. Dar continuidade é o que mais desejo”, completa.

O futuro da rede Veran

A preparação para que os netos também assumam a direção da rede é um trabalho que está em andamento.

O processo sucessório irá garantir ainda mais os projetos da 1ª geração, este que também é acompanhado por Cury, que se preocupa com a administração futura dos netos para que a proposta inicial não se perca entre as gerações.

“Dois netos já trabalham na empresa atualmente. O processo sucessório está sendo acompanhado há sete anos por uma consultoria”, conta Cury sobre o futuro da sucessão da Rede Veran.

A opinião do filho vai ao encontro a do pai.

“Que a sucessão possa ser bem planejada o suficiente para que o Veran continue crescendo de forma responsável, sem abrir mão dos valores que nos trouxeram até aqui”, completa o Conselheiro da 2ª geração.

Formado em economia e administração, o pai da família Veran é um exemplo de superação, aos 84 anos de idade, mantém a vida ativa, gosta de ficar em casa e procura acompanhar a operação diariamente, hoje sob o comando dos filhos, aposta nos netos para assumir a direção futura da empresa que caminha para a 3ª geração.

Veran Responsabilidade Social

Diante de uma administração cheia de complexidade que hoje é exigida pelo comércio varejista, a Rede Veran, inseriu projetos de Responsabilidade Social em seu dia a dia.

Mesmo que o setor seja independente, acreditam e confirmam que os projetos contribuem com o desenvolvimento dos locais em que estão inseridos.

“É bom, por exemplo, construir uma loja num bairro mais afastado e constatar o desenvolvimento do entorno e a valorização do local pouco tempo depois, mas há questões que uma empresa, simplesmente com sua atuação comercial, não consegue resolver. É aí que ter um setor de responsabilidade social faz sentido, pois nos mantém em contato com a comunidade e faz com que tenhamos olhos para problemas que são de todos”, revela o diretor comercial.

Veran Responsabilidade Social tem diversas campanhas solidárias, como:

A Campanha do Agasalho e o Natal Solidário;

Ações ecológicas, com pontos de coleta seletiva, óleo de cozinha usado e pilhas.

Ações como doações, eventos, visitas a asilos e orfanatos, feiras da saúde, de adoção responsável de animais de estimação, entre outras.

Além das campanhas, ações ecológicas, doações, eventos e visitas, o Veran Responsabilidade Social, possui em parceria com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, projeto de conscientização de consumo nas escolas.

Enfim, com uma história de 70 anos de experiência, comemora Jubileu de Platina.

Foram diversas motivos para desistir, porém, continuaram na luta, com dedicação, honestidade e simplicidade que se resumem aos principais segredos para Antônio Cury, autor e fundador da Rede Veran Supermercados que prepara os herdeiros para continuarem a sua história.

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